Tuesday, September 30, 2008

De startup a gigante da internet: confira a linha do tempo do Google

(http://idgnow.uol.com.br/mercado/2008/09/05/de-startup-a-gigante-da-internet-confira-a-linha-do-tempo-do-google)

Por Guilherme Felitti, editor-assistente do IDG Now!
Publicada em 05 de setembro de 2008 às 17h50
Atualizada em 08 de setembro de 2008 às 09h47

São Paulo – Do encontro de dois estudantes em Stanford à entrada no setor de browsers, veja como a startup virou a maior empresa de web do mundo.

Dois colegas de faculdade (verão de 1995) - Lawrence Edward Page e Sergey Mihailovich Brin se conheceram no verão de 1995, quando o primeiro, ainda não cursando ciência da computação em Stanford, se inscreveu em um passeio turístico pela região da universidade organizado por ninguém mesmo que Brin.

No livro "The Search", John Battelle conta que, à primeira vista, Sergey Brin e Larry Page não se deram muito bem. No ano seguinte, porém, quando Page se matriculou no doutorado em ciência para pesquisador um sistema gráfico de topologia online baseado em links, assunto que fascinou Brin a ponto de se juntar a Page na pesquisa.

O Google é formado (7 de setembro de 1998) - O sistema pensado por Page, chamado originalmente de BackRub, serviu de base para o PageRank (abreviação de "ranking do Page"), algoritmo por trás do sucesso do Google. Brin e Page começaram a tentar comercializar a ferramenta.

Depois de um não de Excite e Yahoo (grande ironia...), a dupla recebeu um cheque de Andy Bechtolsheim, fundador da Sun Microsystems como investimento angel. Para comemorar, Brin e Page vão ao Burguer King comer sanduíches. Em 7 de setembro de 1998, a empresa Google Inc. foi formada, funcionando na garagem de Susan Wojcicki, atualmente vice-presidente de produtos do buscador.

Google sem beta (21 de setembro de 1999) - Razão de comemoração interna no buscador também, o dia 21 de setembro de 1999 marca um comportamento raro do Google: sua ferramenta de busca perdeu a designação "beta", revelando-se pronta para utilização em massa.

O triunvirato é formado (06 de agosto de 2001) - No começo de 2001, Eric Schmidt, então CEO e presidente do conselho da Novell, recebeu uma ligação de Sergey Brin, que queria referências sobre um engenheiro que pleiteava uma vaga no buscador. Conversa vai, conversa vem, Schmidt é convidado para conhecer o Google.

Em agosto, o executivo, que também já havia sido CTO da Sun, assumiu o cargo de CEO, compondo o que o mercado chamou de "triunvirato" - Schmidt, Page e Brin formam a cúpula máxima do Google. Não à toa, os três têm fortunas que passam dos bilhões de dólares graças aos negócios do buscador.

A busca se transforma em lucro (final de 2000) - No final de 2000, o Google estreou sua plataforma AdWord, que financiaria seu crescimento (financeiramente, principalmente) nos próximos 8 anos.

Para financiar as cerca de 100 milhões de buscas que realizava por dia, o Google se inspirou no modelo desenvolvido por Bill Gross, da Goto.com, e começou a vender publicidades atreladas a palavras-chave buscadas no serviço.

Com a criação de uma rede de publicidade que levava os anúncios além da página de resultados, pagando blogueiros e webdesigners, o AdWord levou o Google à sua atual exuberância financeira - em 2007, o sistema rendeu nada menos que 16,4 bilhões de dólares ao buscador.

Orkut no ar (janeiro de 2004)- Produto da política de 20% do Google (em que funcionários gastam 20% do seu tempo em atividades fora das obrigações corporativas), o Orkut ganhou o nome do seu criador, o programador turco Orkut Büyükkokten, e uma surpreendente popularidade apenas entre brasileiros - após uma histeria inicial nos Estados Unidos, os norte-americanos voltaram suas atenções para o MySpace e o Facebook.

Fonte de dores de cabeça e gastos (não há modelo comercial), o Orkut é o serviço em que o brasileiro mais passa tempo online - em média, são 300 minutos por mês para cada internauta doméstico.

Base na Lua e Gmail (1º de abril de 2004) - Em primeiro de abril de 2004, o Google fazia dois anúncios: um serviço de e-mails com 1 GB de armazenamento e seus planos para montar uma base lunar.

Presença tradicional nas pegadinhas de 1º de abril (lembra-se da banda larga pela privada ou da bebida Google Gulp?), o Google confundiu o mercado apresentando um serviço com armazenamento muito acima dos meros Megabytes oferecidos por rivais. Ao contrário da base lunar, o Gmail era verdade.

Finalmente, o IPO (19 de agosto de 2004) - Com os crescentes resultados financeiros alimentados pelo setor de publicidade online, o Google começou a ser fortemente pressionado tanto pelos investidores como pelo mercado a se abrir e vender ações.

Para não colocar em risco à sua tradicional centralização, o Google bolou um esquema em que, mesmo com a venda das ações para "sócios", as ordens finais eram dadas todas pelo triunvirato.

No maior IPO da história do Vale do Silício, os papéis do Google foram oferecidos a 85 dólares e, quatro anos depois, valem cerca de 450 dólares, depois de atingirem 700 dólares no começo do ano.

A febre de mapas (27 de outubro de 2004) - A febre dos mapas digitais começou a tomar forma em 27 de outubro de 2004, quando o Google desembolsou uma quantia não revelada pelo Keyhole, companhia de mapas digitais.

A Keyhole foi responsável por dois dos produtos de maior sucesso do Google: o Maps, lançado no começo de 2005, e o Earth, oficializado em junho do mesmo ano. Além de ser responsável pela febre de mashups online, os mapas digitais do Google deram um passo além com o Street View, que mostra os caminhos com fotografias.

Escritório em São Paulo (novembro de 2005) - Dez anos depois da dupla de fundadores se conhecer, o Google estende suas operações para a América Latina, abrindo quase que consecutivamente escritórios em São Paulo e na Cidade do México.

No Brasil, o primeiro empregado é Émerson Calegaretti, que depois sairia do Google e assumiria a presidência do MySpace Brasil. Para comandar a operação brasileira, assume Alexandre Hohagen, executivo do setor de TV a cabo que exercia o papel de diretor geral da HBO Brasil.

Orkut ameaça a operação nacional do Google (22 de agosto de 2006) - Após impasse na questão da responsabilidade sobre os dados publicados no Orkut, o Ministério Público Federal ameaça pedir o encerramento das atividades do Google Brasil, que alegava que as informações (criminosas, inclusive) oferecidas na rede social eram responsabilidade do Google Inc.

O gigante do vídeo (09 de outubro de 2006) - Encrencado por não ter um modelo de negócios rentável frente à crescente exigência de estrutura, o YouTube encontra solução com a aquisição bilionária do Google, que paga 1,65 bilhão de dólares pelo serviço de vídeos. Quase dois anos depois, o Google ainda quebra a cabeça para descobrir como fazer dinheiro do fenômeno online.

Bilhões pela dominação em publicidade (13 de abril de 2007) - Em compra menos festejada pela mídia que o YouTube, o Google desembolsa 3,1 bilhões de dólares para comprar a DoubleClick, agência de publicidade fundada antes do estouro da bolha que tem uma larga rede de sites afiliados e é especializada em anúncios visuais.

Problemas com a Justiça resolvidos
(01 de julho de 2008) - Dois anos depois da primeira ameaça pública de fechamento, o Google Brasil e o Ministério Público Federal anunciaram que haviam se acertado com novas medidas de segurança instauradas pelo buscador no Orkut, como filtro contra pornografia infantil, manutenção dos logs de usuários maliciosos por 6 meses e canal de comunicação direto com grupos de combate à pedofilia.

O segundo acordo com o Yahoo (12 de junho de 2008) - A relação entre Google e Yahoo não é nova: em 2000, quando Brin e Page nem modelo comercial tinham para seu serviço, era o engine do Google que gerenciava as buscas feitas do Yahoo. Em 2002, inclusive, o Yahoo se negou a pagar mais que 3 bilhões de dólares para comprar o Google.

Grande ironia, seis anos quem ajuda o Yahoo na hora do aperto é o Google - após o fracasso na negociação com a Microsoft, o Yahoo abriu mão de parte da sua plataforma de publicidade para tentar lucrar mais com o AdWords no seu buscador.

Entrando no setor de navegadores (02 de setembro de 2008) - Desenvolvido por meses sob total sigilo, o Chrome não é só a primeira atividade oficial do Google no setor de navegadores, dominada amplamente pela rival Microsoft.

É também um veículo para que serviços, como Gmail, Docs e Reader, cheguem ao desktop do usuário, se apresentando como rivais de verdade dos softwares da companhia fundada por Bill Gates.


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